🦍 O Cara Que Tinha 1,25 mil Bored Apes… E Vendeu Tudo Cedo Demais
Um caso clássico de “vendi cedo demais”, mas com uma diferença: a conta final ficou na casa das centenas de milhões de dólares.
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🦍 O Cara Que Tinha 1,25 mil Bored Apes… E Vendeu Tudo Cedo Demais
Vender ETH a US$1. Trocar 10.000 bitcoins por duas pizzas. Liquidar uma coleção histórica de NFTs por migalhas. Algumas das decisões mais caras da história cripto não foram feitas por iniciantes sem experiência, mas por quem já estava no jogo há muito tempo.
O caso da edição de hoje é um desses.
Pranksy é um dos traders de NFTs mais influentes do ciclo 2021.
Anônimo, agressivo e com uma carteira enorme, ele ficou conhecido por identificar oportunidades cedo e entrar pesado nelas. Foi assim com o Bored Ape Yacht Club (BAYC), a clássica coleção de 10.000 macacos entediados que começou como um mint de 0.08 ETH e virou um fenômeno cultural mundial.
Em maio de 2021, Pranksy chegou a controlar 12,5% de todos os 10.000 Bored Apes existentes. Ele identificou o potencial do projeto logo após a revelação das artes e aproveitou a janela de oportunidade para entrar pesado, investindo cerca de 100 ETH. Mas, semanas depois, já tinha vendido praticamente todos.
Pouco tempo depois das vendas realizadas, a coleção Mutant Ape Yacht Club (MAYC) veio como presente para todos os holders do BAYC, e a própria coleção principal teve uma performance histórica de preço superando os 100 ETH por unidade.
⏳ A Ascensão e Queda do Maior Holder de Bored Apes
O mint do BAYC começou no fim de abril de 2021, com cada NFT custando 0.08 ETH (aproximadamente US$200 na época).
A adesão inicial foi morna: antes da revelação das artes, apenas cerca de 650 unidades haviam sido vendidas. Mas tudo mudou no dia 30 de abril, quando as imagens dos apes foram divulgadas, o interesse da comunidade cripto explodiu, e as vendas se esgotaram rapidamente.
Em 1º de maio, Pranksy entrou pesado. Primeiro adquiriu 250 apes de uma vez. Em poucas horas, aumentou sua posição para 1.250 unidades.
Se tivesse simplesmente parado por aí e segurado a posição, poderia ter garantido sua própria Lamborguini, Iate, Jatinho, Mansão e sua aposentadoria.
Mas olhar em retrospecto é fácil. Na época, dezenas de coleções eram lançadas diariamente, a maioria destinada ao fracasso. Diante disso, a decisão mais racional parecia ser realizar lucros enquanto o hype ainda sustentava a liquidez.
Foi exatamente o que ele fez. Dentro da primeira semana, vendeu cerca de 200 Apes, aproveitando o momento de euforia do mercado.
Nos meses seguintes, Pranksy entrou em um ritmo constante de vendas conforme a coleção valorizava. Dados da Nansen indicam que, em junho de 2021, sua carteira chegou a registrar a saída de cerca de 100 Apes por semana e até o final de julho, ele tinha praticamente liquidado toda a sua coleção.
Compilando dados on-chain, um analista estimou que Pranksy vendeu seus Bored Apes por um preço médio de ~1,65 ETH cada, o que totaliza aproximadamente 2.060 ETH em receita.
Considerando os ~100 ETH investidos no mint, isso representa um lucro líquido de cerca de 1.960 ETH (descontando as taxas), equivalente a algo entre US$4 e US$5 milhões na cotação da época.
Foi um bom trade? Depende da perspectiva. Lucro bom é lucro no bolso, e Pranksy realizou milhões. Por outro lado, o timing não poderia ter sido pior.
Estimativas indicam que, se tivesse segurado seus macacos por mais alguns meses, seus ganhos poderiam ter ultrapassado a faixa de centenas de milhões de dólares.
💸 Não Foi Só o Ape: os brindes que teriam rendido milhões
No final de agosto, a Yuga Labs lançou o Mutant Ape Yacht Club (MAYC), distribuindo NFTs gratuitos capazes de gerar “macacos mutantes” para todos os holders de BAYC.
Naquele momento, Pranksy já havia se desfeito de 1.249 dos 1.250 Apes que havia acumulado e, com isso, perdeu a chance de reivindicar um dos maiores airdrops da história dos NFTs.
E não parou por aí. Ele também ficou de fora de outros airdrops valiosos, como o Bored Ape Kennel Club (BAKC) — um cãozinho gratuito para cada detentor de um BAYC — e a ApeCoin, moeda oficial do ecossistema Yuga Labs, o que lhe garantiria mais algumas dezenas de milhões de dólares em seu pico.
🐒 O Ape dourado e o preço do arrependimento
Um dos casos mais emblemáticos da jornada de Pranksy foi o do Bored Ape #1837, um NFT com pelagem dourada, uma das mais raras da coleção. Ele mintou esse macaco no dia 1º de maio de 2021 e o vendeu apenas três semanas depois por 11,49 ETH.
Meses depois, assistiu de longe enquanto o ativo valorizava e mudava de mãos e em novembro do mesmo ano, decidiu recomprá-lo. Mas, dessa vez, precisou pagar 333 ETH (cerca de US$1,5 milhão na cotação da época).
🥂 Quando o seu mint vira foto de perfil de celebridades
Durante o ciclo, muitos apes originalmente mintados por Pranksy acabaram nas mãos de celebridades e atletas — o que, ironicamente, ajudou a consolidar o sucesso da coleção que ele mesmo havia vendido cedo demais.
Em junho de 2021, dois de seus Bored Apes foram parar nas carteiras dos jogadores da NBA Josh Hart (Portland Trail Blazers) e Tyrese Haliburton (Indiana Pacers). Já em agosto, Pranksy vendeu o BAYC #3719 diretamente para o DJ Steve Aoki, que divulgou a compra para seus 8 milhões de seguidores.
📚 O que Pranksy nos ensinou sem querer
Naquele ciclo, a sensação dominante era de que tudo só subiria. A euforia era tamanha que segurar parecia sempre mais seguro do que vender. Pranksy fez o movimento contrário: tomou a decisão racional de realizar lucro em um mercado que lançava dezenas de coleções por dia e onde muitas morriam em semanas.
O curioso é que, apesar de lógica, sua escolha acabou se provando um erro. Não por má análise, mas por timing. Se tivesse esperado alguns meses, teria capturado o boom histórico do BAYC e dezenas de milhões extras em airdrops.
No fim, o caso mostra como até decisões sensatas podem custar caro num mercado irracional. E como os maiores tropeços, às vezes, não vêm de ganância ou despreparo, mas de agir certo na hora errada.
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